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Terça-feira, 12 Agosto 2014 10:56

CINEMA
Daniel Radcliffe "se beijo gay é problema, então têm problemas com gays"



A estrela de Harry Potter volta a defender as pessoas LGBT, desta vez mostrando o seu apoio a Michael Sam, o primeiro jogador da NFL assumidamente homossexual.


Numa entrevista à Out Magazine, Radcliffe afirma que é fantástico que alguém como Sam tenha finalmente uma equipa, visto que era um jogador fantástico. Quando questionado sobre as reações ao beijo entre Sam e o namorado, após Sam ter sido convocado, Daniel disse que achou as reações da ala conservadora algo ridículas: “Os meus comentários online preferidos eram os que diziam «Eu não me importo que ele seja gay, mas não quero vê-lo a beijar o namorado.” Bem, então parece que tens problemas. E também, penso que o Michael Sam disse ao mundo que era gay para que quando fosse convocado não tivesse que pensar no assunto ou esconde-lo. E eu acho que isso é uma coisa fantástica. Parece-me que o Michael Sam deu o primeiro passo para que outros o possam seguir.”

Já antes o ator havia defendido o direito das pessoas LGBT, tanto em entrevistas, doando dinheiro, sendo a cara de serviços públicos, tendo inclusivamente ganho o prémio Trevor Project’s Hero Award em 2011.

No seu novo filme "What If" Radcliffe faz o papel de Wallace, um jovem que se apaixona pela sua melhor amiga Chantry (Zoe Kazan), apesar dos seus esforços de manter a relação estritamente platónica. Radcliffe reconhece que essa situação é algo que muitos dos seus fãs já experienciaram, e espera que em breve filmes como o What If tenham como protagonistas casais do mesmo sexo, e que as pessoas LGBT possam em breve ver nos filmes mais que simples paralelismos com as suas próprias vidas. “Eu acho que ainda temos muito para andar antes de vermos filmes como o What If com casais do mesmo sexo. Tenho que admitir que fiquei muito surpreendido quando estava a fazer a promoção do Kill Your Darlings e o quanto foi tema de conversa o facto de estar a fazer uma personagem homossexual. Talvez porque os meus pais trabalhavam nesta indústria e sempre tive muitos amigos gays, sempre foi algo normal para mim.” Reconhece que nem toda a gente teve a mesma infância que ele, mas que a visão da sociedade está a mudar, o que faz com que as personagens LGBT possam ser mais ricas. “A forma como as pessoas gays são retratadas mudou tanto nos últimos anos, e se calhar é isso que está a fazer mudar a visão das pessoas. Olhem para o Cam e o Mitch de Uma Família Moderna. São incrivelmente populares e chegam a todas as regiões do país. Há histórias a ser contadas que incluem todos os diferentes tipos de sexualidades e as personagens não aparecem por serem gays, é só mais um factor. São as histórias e as suas vidas que nos mantém interessados. Eu penso que a próxima geração vai ver ainda mais personagens gays diferentes, porque as pessoas estão finalmente a ultrapassar isso.”

Radcliffe também falou sobre como se sentiu ao ter que gravar uma cena nu para o seu novo filme, algo que já não é nada de novo para ele. Já na peça Equus ele aparecia nu em palco. Apesar de alguns atores terem já expressado a sua preocupação com a pressão que sofrem para estar em forma, Radcliffe diz que isso não o preocupa. Considera inclusivamente que o nível de objetificação do corpo masculino é um sinal de evolução pela positiva, no sentido em que é mais inclusivo do que a prática mais comum de ter o corpo feminino como o único foco de desejo, o que ignora tanto as espectadores heterossexuais como os espectadores homossexuais masculinos.

O filme "What If" ainda não tem data de estreia em Portugal. Estreou a 7 de setembro de 2013 no Toronto International Film Festival.

CINEMA: Daniel Radcliffe "se beijo gay é problema, então têm problemas com gays"

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