Rose McGowan começou por dizer que os “homens gays são tão misóginos como os homens hétero, se não forem mais." E continuou dizedo que tinha um "problema" com a comunidade gay neste momento e estava "muito chateada". E explicou : "queres falar sobre o facto de que não ouço ninguém da comunidade gay, nenhum homem gay, a defender as mulheres a nenhum nível? (…) Acho que é isto que acontece quando um grupo começa a obter tudo aquilo porque lutou, o que é que vão fazer agora? Eu pessoalmente esperava que ajudassem as mulheres. As mulheres, regra geral, ajudaram em muito a comunidade gay chegar onde está hoje. E não ouvi nem um pio destas pessoas que supostamente representam as lésbicas quando os seus direitos como mulheres foram postos em causa no senado, nem um único homem abriu a boca. O que eu vejo agora é um grupo de pessoas que lutaram pelo direito a estar em cima de um camião a usar um speedo e a consumir MDMA. A misoginia ente os gays é um problema enorme.”.
A resposta no The Guardian
Num artigo de opinião para o jornal The Guardian, Patrick Strudwick afirmou “Rose McDowan têm razão ao dizer que o movimento gay tende a ignorar as mulheres. Mas o sexismo está por todo o lado – a maioria desse ódio vêm dos heterossexuais. O jornalista critica o tom ofensivo dos comentários, mas sublinha que o ponto geral é válido. “Poderia haver uma forma mais clara de mostrar a misoginia dos homens gays? Eu ouço comentários derrogatórios desde que comecei a andar no ambiente gay – “peixe”, “atum”, e uma série de outras palavras terríveis são associadas aos genitais femininos, muitas vezes acompanhado por gestos a simular o vómito. Por isso é que me surpreende, para além do ocasional murmúrio, que os homens gays tenham escapado à infâmia pública do sexismo.”
Ele continua salientando que como movimento, o movimento gay têm ignorado as mulheres, tanto individualmente como a nível estrutural. A par do facto de a maioria das organizações de direitos LGBT serem lideradas por homens, não existe um exemplo mais importante que o facto de que na luta contra o VIH/SIDA, onde foi o altruísmo de voluntárias lésbicas que trataram de homens moribundos durante os anos 80, e como o seu sacrifício foi esquecido.
A Stonewall também reagiu aos comentários, dizendo que se baseiam numa versão deturpada da realidade, e que mina a igualdade pela qual homens e mulheres - gays e héteros – lutaram, e que muitos ainda são discriminados.
Entretanto a atriz já apresentou desculpas por ter dito que os homens gays lutaram pelo direito de usar um speedo e tomar MDMA.