Contactado pela Lusa, o oficial de dia no Comando Metropolitano da PSP, subcomissário Reis, assinalou a inexistência de qualquer registo de incidentes com os dois cidadãos mas aconselhou-os, "caso seja verdade o que dizem", a formalizarem queixa noutra esquadra.
"Se porventura isso aconteceu, eles devem queixar-se contra os elementos que o fizeram. A ser verdade, é inaceitável", afirmou o oficial.
Bruno Pinho e João Paulo [nota PortugalGay.PT: apesar do mesmo nome, não tem qualquer relação com o editor deste site] contaram à Lusa que foram "perseguidos" por um carro-patrulha enquanto realizavam um passeio nocturno pela cidade.
"Os polícias acabaram por nos interpelar em termos mal- educados, declarando-nos suspeitos por sermos desconhecidos na cidade, e exigiram-nos a identificação", relataram.
"A cidade está inundada de espanhóis, mas nenhum deles, pelos vistos é suspeito. Só nós é que somos", comentaram.
Como não tinham identificação, prontificaram-se a ir buscá-la à residência onde estão, no Carvalhido, e apresentaram-na na 13ª esquadra.
"Por não sermos do Porto, podíamos nem sequer aparecer, mas quisemos cumprir a nossa obrigação legal", assinalaram, contando que aproveitaram a deslocação para formalizar queixa contra os agentes que os tinham abordado na rua, pela forma "grosseira" como actuaram.
"O agente que nos atendeu começou a elaborar a queixa mas, depois de chamar os agentes que nos tinham abordado na rua, para nos reconhecerem, atirou os bilhetes de identidade, ameaçou-nos com o bastão e mandou-nos para o cà, assegurando que já não aceitava queixa nenhuma", contaram.
Bruno Pinho e João Paulo, que associaram a conduta policial a alegado "preconceito" face à sua orientação sexual, asseguraram que irão "pôr em campo" a sua advogada, formular queixa no Departamento de Investigação Penal e, "se for preciso", recorrer ao Ministério da Administração Interna.