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Terça-feira, 4 Novembro 2003 00:58

EUA
Ordenação de Bispo "Gay" Cria Tensão Entre Líderes da Igreja Anglicana



Um sinal de tolerância? Ou a semente da discórdia e da divisão? Gene Robinson tornou-se no domingo o primeiro bispo assumidamente homossexual da Igreja Episcopal, um ramo da Igreja Anglicana, nos Estados Unidos da América.


Depois da cerimónia, líderes espirituais de vários países, sobretudo do Terceiro Mundo, anunciaram que não vão reconhecer o novo bispo. Responsáveis anglicanos do Quénia e da Tanzânia deram conta da intenção de cortar relações com a Igreja Anglicana norte-americana. E há quem considere que "a comunhão está comprometida". Para os conservadores, o estilo de vida de Robinson "é incompatível com os ensinamentos" da Bíblia. Alegam que a homossexualidade é um pecado. Já para os liberais, esta ordenação só unificará ainda mais a comunidade anglicana, porque a abre a um grupo inteiro de fiéis que até agora estavam arredados. É o que defende a "Changing Attitude", uma organização britânica de padres, bispos e leigos anglicanos que consideram que a escolha de Gene Robinson oferece "uma nova realidade" de comunhão. [...] O mal-estar que se vive foi bem visível no domingo, durante a cerimónia de investidura do novo bispo de New Hampshire. Perante uma plateia de quase quatro mil pessoas, entre as quais estava o companheiro de Robinson, foi lida uma declaração que dava conta de que 38 bispos, dos Estados Unidos e Canadá, não reconhecerão o novo líder. No exterior da Universidade de New Hampshire, manifestantes ostentavam cartazes que diziam que "Deus odeia maricas", segundo a edição "on line" do "El Mundo". Robinson estava visivelmente emocionado. Aos que o contestam disse, segundo relatou o "Washington Post", que reconhece que este é "um momento de grande dor, confusão e fúria". Mas também declarou que a sua sagração é um bom sinal para os "gays" e lésbicas. "Devemos congratular Gene Robinson e rezar por ele", afirmou o arcebispo Njongonkulu Ndungane, líder da Igreja Anglicana da África do Sul. O líder da comunidade da Cidade do Cabo pôs água na fervura e sustentou que a autonomia e a integridade das zonas geográficas da Igreja Anglicana têm de ser respeitadas. Posição diferente teve a Igreja Anglicana do Uganda, com oito milhões de seguidores. Anunciou a intenção de cortar todos os laços com a Diocese de New Hampshire porque "a admissão de homossexuais na igreja é inaceitável". A principal figura na hierarquia anglicana, o arcebispo da Cantuária, Rowan Williams, lamenta esta polémica. Como líder espiritual, não pode impor qualquer disciplina às igrejas, mas considera que a sagração de Gene Robinson cumpriu as regras. Ontem, lembrou que o que une os anglicanos "é mais do que o que os divide", mas reconheceu que é preciso trabalhar para dar nova força a essa máxima.

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