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Segunda-feira, 4 Agosto 2003 00:59

EUA
Cultura "Gay" Ganha Espaço na Televisão Generalista dos Estados Unidos



Dois novos programas de tele-realidade estão a levar a cultura homossexual ao reino da televisão norte-americana, para satisfação dos militantes "gay" e lamento das associações conservadoras de defesa da família.


O caso que tem sido mais falado é "Queer eye for the straight guy" (qualquer coisa como "Um olhar homossexual para um tipo heterossexual") que, na semana passada, passou do cabo para uma cadeia generalista, a NBC, com transmissão ao início do serão. No programa, cinco "gays" instalam-se na casa de um heterossexual e põem em causa o seu aspecto e estilo de vida, zombando de gostos em matéria de vestuário, música e decoração. "Sendo difundido na NBC na primeira parte do serão de quinta-feira (imediatamente antes das séries de êxito "Friends" e "Will and Grace"), esta emissão marca uma etapa importante na visibilidade dos gays e das lésbicas", considera Scott Seomin, responsável da associação de defesa dos homossexuais Gay and Lesbian Alliance Against Defamation (GLAAD). Esta emissão "fez entrar cinco homossexuais nos lares de milhões americanos. Esses cinco homens não representam uma ameaça. Eles não pedem desculpa pelo que são e são muito, muito simpáticos", acrescentou. Os personagens homossexuais não são uma novidade no pequeno ecrã, mas têm sido em geral acantonados em papéis secundários ou os seus personagens são frequentemente interpretados por actores heterossexuais. A emissão conseguiu atrair contratos publicitários de grandes marcas como a L'Oréal, beneficiando mesmo do primeiro 'spot' publicitário destinado especificamente a homossexuais, uma inovação da agência de viagens Orbitz, que opera na Internet. A capacidade para atrair publicidade é crucial para o futuro dos programas "gay" nas estações generalistas, que sempre têm receado provocar a fuga dos anunciantes. A série "Thirtysomething" mostrou um casal homossexual a discutir na cama em 1989, mas perdeu também um milhão de dólares em publicidade. Mas com um poder de compra estimado em várias centenas de milhares de milhões de dólares, o mercado "gay" e lésbico dos Estados Unidos é cada vez mais difícil de ignorar. "Quando uma empresa se lança [nesse mercado], isso cria uma pressão sobre os concorrentes" para fazer o mesmo, afirma Howard Buford, presidente da agência de publicidade Prime Acess, autor de campanhas de grandes empresas destinadas a "gays". A visibilidade dos "gays" recebeu por outro lado um impulso do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, que decidiu recentemente anular as leis de certos estados que proibiam as relações [sexuais] homossexuais. Um dos debates em curso no país é sobre o casamento homossexual. "Queer eye for the straight guy" foi criado pela estação por cabo Bravo que, na última terça-feira à noite, apresentou uma outra emissão de tele-realidade, na qual um "gay", James, deve escolher um parceiro entre 15 pretendentes. As duas emissões tiveram excelentes audiências, mas é preciso ainda esperar para perceber se está em presença de uma nova tendência nos géneros televisivos. Mesmo "Queer eye...", que se limita a pequenas cenas de "flirt", foi considerado excessivamente ousado por certas filiais da NBC, que o programaram para o fim da noite ou recusaram mesmo inseri-lo nas suas grelhas. Esta resistência deu alento à Associação das Famílias Americanas, que a condenou no seu jornal a "perversão" dos programas "gay". "O seu objectivo é claro: destruir o carácter sagrado do casamento e desfigurar o conceito de família", afirma. "Isto vai levar a que a nossa cultura seja privada da sua tradicional força moral. E sem dúvida nenhuma que a televisão generalista tem um papel importante a desempenhar nesse domínio."

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