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Quarta-feira, 2 Maio 2018 22:01

AUSTRÁLIA
Assessor de Papa Francisco enfrenta julgamento por crimes sexuais



O cardeal George Pell, que é dos principais conselheiros do Papa Francisco, afirmou que a homossexualidade é "errada" e "não deve ser incentivada".


O cardeal de 76 anos, que ocupa um lugar de destaque na Igreja Católica com a gestão da economia do Vaticano e é a figura de topo da hierarquia católica na Austrália, declarou-se inocente de várias acusações no Tribunal de Magistrados de Melbourne este primeiro de maio.

Após semanas da audiência preliminar, a magistrada Belinda Wallington disse ao tribunal que foram apresentadas provas suficientes em múltiplas acusações contra o cardeal para um julgamento por júri, segundo o The Guardian. Os detalhes das acusações não foram divulgados.

O cardeal, que está de licença do Vaticano, foi acusado pela polícia de Victoria no ano passado, depois que várias pessoas o denunciaram por má conduta sexual. As autoridades classificaram os crimes de "históricos" porque terão ocorrido décadas atrás.

Porta-voz do preconceito

Powel foi múltiplas vezes alvo de críticas por parte de vítimas de abusos sexuais por parte da Igreja Católica na Austrália, tendo sido uma das figuras da Igreja a vir publicamente ilibar a instituição de qualquer erro. Em 2013 ele disse que a Igreja tinha tido uma resposta "imperfeita" pois não tinha percebido a gravidade dos abusos de 1970 visto que apenas depois de 2010 "começaram a surgir sobre o significado e a importância e os terríveis crimes de pedofilia". Ele também se mostrou contra a interrupção voluntária da gravidez:

O aborto é um pior escândalo moral do que padres que abusam sexualmente dos jovens Cardeal George Pell (2002)

Historial de homofobia

Em 1990, o cardeal disse:

Homossexualidade... estamos cientes de que ela existe. Acreditamos que tal actividade está errada e acreditamos que, para o bem da sociedade, ela não deve ser incentivada Cardeal George Pell (1990)

Quase uma década depois, quando um estudo descobriu que havia uma relação entre homofobia e suicídios de adolescentes em escolas católicas, ele mais uma vez condenou a homossexualidade.

Se estão ligados à homossexualidade, mais um motivo para desencorajar as pessoas para irem nessa direção Cardeal George Pell (1999)

Também em 1999 ele recusou a comunhão a dois homens com faixas arco-iris dizendo que a homossexualidade é um "maior risco à saúde do que fumar" defendendo que um homossexual fumador seria mais propenso a morrer de problemas com o VIH do que do fumo.

Quando era arcebispo de Sydney em 2006, Pell respondeu às medidas para legalização da adopção de crianças por casais do mesmo sexo, dizendo que as crianças deveriam ter uma "mãe e pai". Ele disse que a igreja apresentaria "descobertas sociológicas" para provar as suas alegações e "nunca anteciparia" agências cristãs de adoção a apoiarem a lei.

E em 2007 Pell disse que os gays não merecem a mesma proteção contra a discriminação que as minorias raciais. O cardeal disse:

Quaisquer que sejam as questões de justiça básica a serem abordadas, não me parece claro que seja verdade dizer que os homossexuais hoje sofrem o mesmo tipo de desvantagem legal e civil que os negros nos Estados Unidos e em outros lugares sofreram 40 anos atrás e, até certo ponto, ainda sofrem Cardeal George Pell (2007)

Escolhido pelo Papa Francisco

Pell foi selecionado para o cargo equivalente e Ministro da Economia do Vaticano em 2014, o terceiro cargo na hierarquia da Igreja Católica e reporta diretamente ao Papa. George Pell continua no cargo embora tenha sido dispensado pelo Papa Francisco para poder apresentar a sua defesa em tribunal na Austrália.

AUSTRÁLIA: Assessor de Papa Francisco enfrenta julgamento por crimes sexuais

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