CJ: Eu e a Margarida... eu e a Margarida: meses de trabalho, claro que você agora vê um certo voluntariado, mas é difuso...
PG: É um voluntariado fácil ou tirado a saca-rolhas?
CJ: A saca-rolhas, completamente! Claro que tem pessoas que são optimas, a questão é assim: com falta de dinheiro algumas pessoas... As pessoas não podem sacrificar as suas vidas pelo festival, não é tipo de trabalho que dá para se iludir. É um trabalho contínuo, nós trabalhamos 14 meses no festival.
PG: Criou-se uma Associação (Associação Cultural do Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa), certo? Onde estão os elementos dessa Associação?
CJ: As pessoas tem outras coisas a fazer. Esta Associação deveria ter dinheiro suficiente, para pagar pessoas, seja a nível de contratos, seja a nível de prestação de serviços que tem de ser feitos. As pessoas fazem voluntariado, eu este ano não tenho filmes traduzidos, não é por falta de voluntários para traduzir filmes, eu não tenho é dinheiro para pagar as máquinas, a parte técnica da legendagem. Isto foi fatal para mim, mas eu não vou abusar de pessoas para fazer esse trabalho chatíssimo que é a tradução, para depois chegar na hora e não ter máquina para passar, não dá! Este voluntariado é o que funciona, nós temos muitos voluntários neste tipo de coisas. A Associação, a nossa Associação, é pequena, é muito pequena e não adianta querer ser essa Associação em grande número, porque só vai dar mais trabalho. A Associação é uma trabalheira porque temos regras a cumprir, impostos a pagar, a Assembleia Geral para planear... quer dizer: é muito complicado.
Entrevista realizada pelo PortugalGay.PT em 22 de Setembro de 2002.
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