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Celso Júnior - 6º Festival GL

Um festival para todos?

Celso Júnior é o director executivo do Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa desde o seu início. O PortugalGay.PT teve oportunidade de o entrevistar durante a 6º edição do festival.

PortugalGay.PT: No programa do 6º Festival de Cinema Gay & Lésbico de Lisboa lê-se que se pretende que este festival seja cada vez menos focalizado ("se abrir em busca da sua luz"), que comentário fazes a isto?

Celso Junior: É exactamente o contrário disso: grande parte do nosso público faz parte da comunidade GLBT, você se lembra que no ano passado saiu um panfleto que dizia para quem é este festival: é para todo o mundo. Uma coisa que concordamos é que um festival como este seria absolutamente redutor se fosse feito apenas para a comunidade GLBT, uma coisa que não podemos esquecer é que a heterossexualidade tambem é uma sexualidade, é uma orientação. Quando a nossa orientação deixar de ter interesse, está a perceber o que quero dizer, ou seja é a dissolução. E como se faz isso? Com a educação. Agora eu não tenho a ilusão que isso é uma coisa que vá acontecer nesta geração, isto não é uma coisa a curto prazo, mas sim a médio prazo com tendência para o longo prazo, mas não quer dizer que a comunidade GLBT tambem não tenha que ser educada. Uma coisa que me encomoda muito é que o sistema está errado. Você sabe disso eu sei disso. Que vamos fazer: criar um contra-sistema? Este ano perdemos as noites straigth. Não foi por não queremos essas noites: nós não conseguimos os filmes que queriamos. Não vou colocar um filme qualquer numa noite straigth. E aí eu acho que está a pequena diferença: uma noite straigth fala sempre de uma coisa diferente, que não é a diferença da heterossexualidade. As pessoas de uma maneira geral incomodam-se com as diferenças: se você é escuro ou claro, se tem mais ou menos de 90kg, se tem muita melamina na pele, que posso dizer... Em compensação eu tenho um ciclo de cinema alemão completamente straigth, este ciclo alemão só existe durante o festival porque não tivemos dinheiro para fazer separadamente, mas merecia um catálogo proprio, porque a nossa Associação é uma instituição cultural cujo o objectivo é fazer eventos culturais. Nós queremos institucionalizar em Lisboa o ciclo de cinema alemão. O nosso ideal é que ele não aconteça junto com o festival. São coisas distintas, publicos distintos. Calhou este ano simplesmente por uma questão de dinheiro. Eu tive que aproveitar o catálogo se não, não tinha... cadê os "mupis" na rua, cadê os cartazes?

Entrevista realizada pelo PortugalGay.PT em 22 de Setembro de 2002.
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