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João Pedro Rodrigues - O Fantasma

A Rosa Filmes

E como é que fizeste o Parabéns? Falaste com o Amândio ...

JPR: Eles são meus amigos de há muito tempo... eu tenho uma relação com a Rosa Filmes muito íntima, no sentido que são todos meus amigos e que os conheço desde sempre, de quando eramos quase adolescentes, tanto o Amândio como o Joaquim. Por isso começou a haver o apoio ás curtas metragens, e resolvi propor um projecto, é obvio que o fiz com eles... nem sequer me passou pela cabeça fazer com outras pessoas. E agora penso o mesmo. Por um lado porque percebem o que eu quero fazer e por outro estou próximo das coisas que eles fazem...

A Rosa Filmes de repente apareceu, zás, com três filmes...

JPR: O que eu acho impressionante é conseguirem sempre colocarem os filmes numa fasquia tão elevada, e conseguem sempre pôr os filmes em todos os festivais: o "Corte de Cabelo" esteve em Lucarno, o filme da Manuela Viegas esteve em Berlim, o de João Alberto Seixas Santos esteve em Veneza o ano passado, agora o meu está em Veneza, o "Parabéns" esteve em Veneza. Conseguem por sempre num dos festivais.

E achas que a Rosa Filmes tem bons produtores e bons realizadores? Achas que há ali uma conjuntura...

JPR: São pessoas que acreditam verdadeiramente no cinema e levam muito a sério o que fazem. Fazer cinema é muito difícil, e muito angustiante... e depois ficar contente com o que se faz é muito gratificante e por isso eu acho que eles (eu não sou da Rosa Filmes, só sou amigo deles) acreditam muito no que fazem e no cinema. Por isso é que as coisas resultam desta maneira.

E é muito invadora, utilizando pessoas comuns sem terem actores... há outros casos como o "Zona J", que quem começou foi a Rosa Filmes, pelo menos quem o público tem a noção que isso aconteceu...

JPR: Mas mais os meus porque os outros é sempre uma mistura. E há outros cineastas que fazem o mesmo...

O "Parabéns" não tinha actores, foram pessoas escolhidas, "O Fantasma" não tem actores, foram pessoas escolhidas. Vais continuar assim, porque não escolhes actores? Pessoas com formação?

JPR: Porque para as coisas que eu quero fazer (não quer dizer que isto seja uma regra) acho que é melhor. Porque as pessoas são mais genuínas, mais naturais, mais reais. E, por exemplo neste filme, havia um grau de exposição que eu exigia das pessoas que se calhar nos actores era impossível pedir. Depois há muita formação, são muito teatrais, os actores. Mas é muito difícil trabalhar estas pessoas, não é chegar e apontar uma câmara, não é assim. Há muito, muito, muito trabalho, e é preciso repetir muitas vezes, ensaiar muito até se chegar até aquela conjugação de tudo, do que dizem, de como se mexem, que é o mais difícil. Para ficar tudo bem, uns com os outros, eles com as luzes... dá muito trabalho. Mas ás vezes há coisas que não se está à espera e as pessoas são impressionantes... e por isso é que também deu tanto trabalho encontrá-las, foi um processo de 9 meses, para relativamente poucos actores, são uns 4 actores principais.

Esta entrevista foi para o ar no programa Vidas Alternativas da Rádio Voxx (91.6 Lisboa, 90.0 Porto) no dia 18 Outubro 2000.
Transcrição e adaptação autorizada para o site PortugalGay por António Serzedelo.
 
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