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Angola e os Refugiados de Guerra

Carlos Castro

Eu não gosto
dizer que seja
uma figura triunfante
AS: Pessoalíssimo Exactamente! Você é um homem com bastante coragem, que veio de Angola há alguns anos em plena decolinização com inúmeras dificuldades e hoje é uma figura triunfante na sociedade portuguesa, podemos dizer...

CC: (com um sorriso) Eu não gosto dizer que seja uma figura triunfante eu penso que de facto passei uma fase muito má quando vim de Angola, como muitas outras pessoas que vieram, de facto somos refugiados de guerra e que eu continuo a dizer e que até hoje o Estado Portguês, eu não preciso eu não quero que o estado português repare absolutamente nada em mim, espero é que repare nos muitos milhares, centenas de milhares de pessoas que ficaram sem os seus bens e em todo o mundo aonde houve descolonizações pagaram essas indeminizações às pessoas que eram refugiadas de guerra. Porque eu nasci em Angola, os meus pais são angolanos, os meus avós eram angolanos, por isso...

AS: Não tenciona voltar a angola?

CC: Nunca, uma vez era para ir com o Dr. Mário Soares quando da presidência da república, mas eu preferi ir ao programa do Herman que era o program especial do Parabéns nesse dia, e já estava preparado há meses. Depois também estive para ir com o Ramalho Eanes e com o Jorge Sampaio também não cheguei a ir

AS: Provavelmente seria recebido com honras principescas...

CC: Não sei, não sei... acho que não seria bem assim... Não tenho uma grande apentência para voltar a Angola.

AS: Vamos ultrapassar essa fase tão dolorosa para todos e passar à frente. Você chegou cá já sabemos que com uma mão à frente outra atrás mas não chegou nú.

CC: Não! Chegei com uns jeans, umas sapatilhas e uma t-shirt, mais nada.

AS: Bom... hoje já está muito bem vestido, trás roupa de marca. E então entretanto chegou, e eu sei que para iniciar a sua vida de uma forma honrada teve que começar a fazer espectáculos.



Esta entrevista foi transmitida no programa Vidas Alternativas da Rádio Voxx (91.6 Lisboa, 90.0 Porto) no dia 19 Julho 2000.
Transcrição autorizada para o site PortugalGay por António Serzedelo.
 
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Carlos Castro

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